Sensorial

28 Junho - 2022

E se o sentir viesse como carro chefe das ações de governança? Se ao invés de debates em torno da mesa, pudéssemos falar com nossos corpos antes das tomadas de decisões? “A luta é o único caminho sim. Mas, o que é lutar? podemos pensar assim: é um arco de interrupção coletiva das maneiras estabelecidas de ver e viver, uma forma de parar o mundo, como diria Carlos Castañeda. E o plantio de um novo jogo de perguntas e respostas, perguntas sobre a vida em comum, e respostas criadoras de novas possibilidades de existência, não perguntas e respostas abstratas ou lançadas ao ar, e sim muito concretas, vividas, situadas, efetuadas através de espaços, experiencias, dispositivos, feitas pelo corpo” (Habitar e Governar, p.17) Processos Somáticos de Governança é um projeto contínuo que propõe justamente essa troca de perspectiva, onde a hierarquia é naturalmente substituída pela colaboração, respeitando os princípios da tensegridade biológica, que mantém o todo de pé. Pensar em governança pelo corpo é pensar nos atores como ponto de partida e a sensação como modo de comunicação e resolução de problemas. Corpo, tensegridade, risoma, descentralização, movimento, prática artística de governança, desconforto, torções do sistema, evitar o colapso, mobilidade, tração, escuta, subjetivo/objetivo, risco, forma, função/expressão, engajamento, prática, independência, gestão pública, comunicação. Essas foram as palavras que surgiram durante o Lab de governança, e que são a força motriz da nossa pesquisa, do nosso laboratório, e tudo que pode se desenvolver a partir disso. Convidamos todos a participar dessa construção, que não se encerra aqui.